sábado, 8 de maio de 2010

Biodiversidade Brasileira - O Futuro

Mural extraído do Google Fotos
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Existem 17 países no mundo considerados “megadiversos”. São nações que reúnem em seu território imensas variedades de espécies de seres vivos. Sozinhas, detêm aproximadamente 70% de toda a biodiversidade global. Normalmente, a “megadiversidade” aparece em regiões de florestas tropicais úmidas. É o caso de países como Colômbia, Peru, Indonésia e Malásia. Nenhum deles, porém, chega perto do Brasil. O país abriga de 10 a 20% de todas as espécies de plantas e de animais existentes no planeta. O Brasil é dono de sete grandes ambientes naturais terrestres, entre eles a maior planície inundável (o Pantanal) e a maior floresta tropical úmida do mundo (a floresta Amazônica). No rio Amazonas e em suas centenas de afluentes, estima-se que haja cerca de 15 vezes mais espécies de peixes do que em toda a Europa. Apenas 1 hectare da floresta Amazônica pode trazer até 300 tipos de árvores. A floresta temperada dos Estados Unidos possui pouco mais de 10% do número de espécies de árvores da Amazônia.
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Uma pesquisa publicada em 2002 na revista Nature mostrou que o valor dos serviços proporcionados pela biodiversidade mundial pode atingir cerca de 33 trilhões de dólares por ano. Calcula-se que hoje, no Brasil, a exploração da biodiversidade responda por cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB)do país, 4% dos quais vêm da exploração florestal e 1% do setor pesqueiro. (PIB é o valor total da produção de bens e serviços num país, em determinado período, geralmente um ano). É um patrimônio mal explorado. Pesquisas sobre o potencial farmacêutico de espécies da Amazônia praticamente não existem no país. Também é pouco significativo o ecoturismo, que em outros países rende dezenas de bilhões de dólares a cada ano. Mas é grande o desmatamento, assim como o contrabando de espécies na chamada biopirataria. São problemas que só serão resolvidos quando o país perceber que é mais vantajoso tirar proveito da floresta viva do que devastá-la.
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Em maio de 2004, foi amplamente divulgada pela mídia a previsão sombria de alguns ambientalistas: a mata Atlântica poderá simplesmente desaparecer do território Brasileiro em cerca de 30 anos, caso o ritmo de sua devastação continue semelhante ao atual. Leia a seguir:
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“Era exuberante, rica, o paraíso da fauna, fonte de vida, berço das nascentes. A floresta ocupava 15% do território brasileiro. Estendia-se por 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Hoje, resta muito pouco, de acordo com as pesquisas da Fundação SOS Mata Atlântica. ‘Nós fizemos uma destruição de 93% sem saber o que destruímos. Nós não sabemos o patrimônio que perdemos’”, diz Mário Montovani, da SOS Mata Atlântica.
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E continuaremos a perder, mesmo com as proibições de que nenhuma árvore pode ser derrubada na mata Atlântica, nenhuma atividade madeireira pode funcionar. Um exemplo do que acontece na realidade é a serra do Conduru, no sul da Bahia. Uma reserva ecológica que deveria estar protegida. Mas basta percorrer algumas trilhas para se descobrir que as leis ambientais não estão sendo respeitadas. As trilhas sempre terminam em clareiras. É onde os madeireiros improvisam pequenas serrarias. As árvores derrubadas são beneficiadas ali mesmo, no meio da floresta. Assim eles evitam o transporte das toras. Os botânicos dizem que essa região concentra a maior biodiversidade do planeta. Por hectare, 456 espécies vegetais. Uma raridade ameaçada de desaparecer. Olhando do alto a paisagem se tem uma ideia melhor do estrago que as madeireiras deixam. Matam rios, derrubam e abandonam árvores em fase de crescimento, destroem até as montanhas, área de preservação obrigatória.
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Isso ocorre em quase todos os estados por onde a mata Atlântica passa. Só no Paraná, em apenas um município, 16 mil hectares foram desmatados em menos de dois anos. Uma área quase do tamanho da cidade de Curitiba.
Assim não pode continuar. Temos que tentar de todas as formas recuperar a mata Atlântica.

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O nosso bem maior, e que é de todos nós...
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