domingo, 23 de agosto de 2020
Será que realmente preciso fazer Transição de Carreira?
Como preparar um Currículo para Transição de Carreira?
Mudança na área de atuação:
Mudar de carreira é uma decisão que exige coragem e planejamento. Para Diretora Executiva da ABRH-RJ, Clarissa Frossard, é importante fazer uma autoavaliação para saber se o momento é o mais apropriado para fazer essa mudança de percurso. Depois, o candidato deve adequar sua apresentação às novas oportunidades. Não basta mudar o objetivo do seu CV. Tem que reformulá-lo por inteiro! No sumário inicial, mencione, de forma breve, as razões da mudança de carreira.
O principal obstáculo para as pessoas em transição de áreas é a falta de experiência prévia, o que reduz as chances de conseguir a oportunidade. Clarissa afirma que um caminho possível é tentar buscar no repertório profissional competências que mostrem que como pode agregar valor atuando no novo segmento.
A especialista em gestão de carreira Telma Abreu acrescenta que, além de evidenciar habilidades como vontade de aprender e pró-atividade, o interessado deve investir em cursos e trabalhos voluntários que ajudem a demostrar o interesse na mudança. As empresas já perceberam que ter uma equipe diversa é benéfico para o negócio e muitas estão abertas a contratar profissionais em transição... principalmente startups, se vê, por exemplo, pessoas de marketing atuando no comercial; engenheiro de produção trabalhando em finanças; pessoas de administração migrando para em gestão de conflitos.
Formulação de currículos:
Indispensáveis...
Segundo um levantamento feito pelo site Zety, 99,85% dos currículos contêm informações pessoais; 98,33%, experiência de trabalho; 97,25%, educação; 89,81%, as habilidades; e 88,75%, um objetivo...
Para se destacar...
O ponto principal é usar algumas seções adicionais em seu currículo para que os recrutadores possam confirmar suas qualificações...
Seções adicionais...
São exemplos que podem ser usados: idiomas, certificados; atividades adicionais, interesses, softwares, referências, cursos, licenças e publicações...
Soft skills...
As habilidades comportamentais que costumam aparecer nos currículos são: comunicação (11%), liderança (9%), gestão de tempo (8%), resolução de problemas (7%), atendimento ao consumidor (5%), trabalho em equipe (5%), adaptabilidade (4,3%), organização (2%), criatividade (1,7%) e resolução de conflitos (1,6%)...
Hard skills...
Já as habilidades técnicas mais comuns são: Microsoft Office (12%), gestão de projetos (6%), Microsoft Excel (6%), Python (3,8%), Salesforce: (3,6%), Java ( 3%), SQL (2,9%) e Microsoft Word (2,7%)...
Palavras-chave...
Quem busca uma vaga como assistente administrativo deve investir nos termos: “serviço ao cliente” e “gestão de tempo". Já os cientistas de dados devem usar “machine learning”, “big data” e “ciência informação"...
Preciso ter currículos diferentes para cada vaga que me candidatar?
Candidatos a uma vaga de emprego precisam enviar de 30 a 50 currículos até conseguirem uma contratação. Foi o que revelou uma levantamento feito pelo site Zety, com base na análise de 133 mil perfis profissionais elaborados a partir da plataforma. A pesquisa ainda mostrou que a maioria dos usuários prefere criar um documento genérico e enviá-lo a todas as empresas com oportunidades disponíveis. Isso, no entanto, seria um grande erro, pois, 63% dos recrutadores ouvidos no estudo declararam que desejam receber currículos feitos especificamente para a oportunidade oferecida.
O especialista em recursos humanos Eduardo Félix explica a razão pela qual é preciso adequar as palavras-chave do documento às exigências da vaga.
— As empresas trabalham, hoje, com tecnologia para seleção: são robôs que filtram os candidatos, por isso, tem mais chances de conseguir um emprego quem personaliza o currículo a cada candidatura — explica Félix, acrescentando: — A primeira busca que o entrevistador faz é pelo cargo desejado. É preciso que isso esteja no texto para acontecer o match (interesse mútuo entre candidato e recrutador).
A assessora em recolocação profissional Ticyana Arnaud concorda e sugere escrever no campo “objetivo” a posição que deseja ocupar:
— Quem recebe um currículo tem que olhar e saber exatamente para que oportunidade o interessado está se candidatando.
Ticyana ainda propõe selecionar dez vagas pelas quais se tem interesse e comparar quais são as palavras-chave em comum nas descrições. Após a análise, o candidato poderá inserir no currículo aquelas que têm a ver com o seu perfil.
Mas, não somente os currículos deverão ser ajustados, perfis em redes sociais profissionais, como o LinkedIn, também precisam estar alinhados aos objetivos de recolocação, para isso, diz a diretora executiva da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ), Clarissa Frossard, é fundamental investir em autoconhecimento.
— Reflita sobre o tipo de trabalho que busca: as oportunidades que se aplicam à sua realidade, os tipos de empresas que têm a ver com os planos futuros, e o que exatamente procura. Dedique-se a desenvolver, no ambiente digital, sua marca pessoal e uma boa narrativa de seu repertório profissional, para dar às empresas e aos recrutadores uma ideia de suas competências. Fortaleça conexões, procurando profissionais que admira para iniciar conversas.
Treinamento para a seleção
A crise no mercado de trabalho provocada pela pandemia deixou 8,9 milhões de trabalhadores desempregados no segundo trimestre deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a concorrência maior, os candidatos têm buscado treinamentos para melhorar a performance nos processos seletivos.
Esse é o caso do contador Leandro Farias, de 42 anos. Ele conta que mandou cerca de 40 currículos, fez dez entrevistas de emprego, mas não obteve sucesso, após a ajuda profissional, foi selecionado para três vagas e pôde escolher a que mais lhe agradava.
Após ter participado de 15 seleções sem êxito, a agrônoma Luiza Nunes, de 33 anos, também recorreu à consultoria, a conversa com a especialista a ajudou a entender o que eu queria fazer, que era mudar de área, e foi contratada como Analista de desenvolvimento de carreira.
A especialista em recolocação Ticyana Arnaud explica que o objetivo do treinamento é ensinar como funciona uma seleção do início ao fim. Ela explica que procura fazer um trabalho humanizado, para que o cliente consiga mostrar o amor dele à profissão.
Já o consultor Eduardo Félix atua exclusivamente na preparação para entrevistas, ele ensina as pessoas a dar as informações necessárias, de acordo com a descrição da vaga, para mostrar ao recrutador que o candidato pode repetir no futuro o que fez no passado.
Fonte: Extra Globo