domingo, 23 de agosto de 2020

Preciso ter currículos diferentes para cada vaga que me candidatar?

A resposta é sim, para aumentar chances, candidato deve preparar currículo diferente para cada vaga.



Candidatos a uma vaga de emprego precisam enviar de 30 a 50 currículos até conseguirem uma contratação. Foi o que revelou uma levantamento feito pelo site Zety, com base na análise de 133 mil perfis profissionais elaborados a partir da plataforma. A pesquisa ainda mostrou que a maioria dos usuários prefere criar um documento genérico e enviá-lo a todas as empresas com oportunidades disponíveis. Isso, no entanto, seria um grande erro, pois, 63% dos recrutadores ouvidos no estudo declararam que desejam receber currículos feitos especificamente para a oportunidade oferecida.

O especialista em recursos humanos Eduardo Félix explica a razão pela qual é preciso adequar as palavras-chave do documento às exigências da vaga.

— As empresas trabalham, hoje, com tecnologia para seleção: são robôs que filtram os candidatos, por isso, tem mais chances de conseguir um emprego quem personaliza o currículo a cada candidatura — explica Félix, acrescentando: — A primeira busca que o entrevistador faz é pelo cargo desejado. É preciso que isso esteja no texto para acontecer o match (interesse mútuo entre candidato e recrutador).

A assessora em recolocação profissional Ticyana Arnaud concorda e sugere escrever no campo “objetivo” a posição que deseja ocupar:

— Quem recebe um currículo tem que olhar e saber exatamente para que oportunidade o interessado está se candidatando.

Ticyana ainda propõe selecionar dez vagas pelas quais se tem interesse e comparar quais são as palavras-chave em comum nas descrições. Após a análise, o candidato poderá inserir no currículo aquelas que têm a ver com o seu perfil.

Mas, não somente os currículos deverão ser ajustados, perfis em redes sociais profissionais, como o LinkedIn, também precisam estar alinhados aos objetivos de recolocação, para isso, diz a diretora executiva da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ), Clarissa Frossard, é fundamental investir em autoconhecimento.

— Reflita sobre o tipo de trabalho que busca: as oportunidades que se aplicam à sua realidade, os tipos de empresas que têm a ver com os planos futuros, e o que exatamente procura. Dedique-se a desenvolver, no ambiente digital, sua marca pessoal e uma boa narrativa de seu repertório profissional, para dar às empresas e aos recrutadores uma ideia de suas competências. Fortaleça conexões, procurando profissionais que admira para iniciar conversas.


Treinamento para a seleção

A crise no mercado de trabalho provocada pela pandemia deixou 8,9 milhões de trabalhadores desempregados no segundo trimestre deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a concorrência maior, os candidatos têm buscado treinamentos para melhorar a performance nos processos seletivos.

Esse é o caso do contador Leandro Farias, de 42 anos. Ele conta que mandou cerca de 40 currículos, fez dez entrevistas de emprego, mas não obteve sucesso, após a ajuda profissional, foi selecionado para três vagas e pôde escolher a que mais lhe agradava.

Após ter participado de 15 seleções sem êxito, a agrônoma Luiza Nunes, de 33 anos, também recorreu à consultoria, a conversa com a especialista a ajudou a entender o que eu queria fazer, que era mudar de área, e foi contratada como Analista de desenvolvimento de carreira.

A especialista em recolocação Ticyana Arnaud explica que o objetivo do treinamento é ensinar como funciona uma seleção do início ao fim. Ela explica que procura fazer um trabalho humanizado, para que o cliente consiga mostrar o amor dele à profissão.

Já o consultor Eduardo Félix atua exclusivamente na preparação para entrevistas, ele ensina as pessoas a dar as informações necessárias, de acordo com a descrição da vaga, para mostrar ao recrutador que o candidato pode repetir no futuro o que fez no passado.

Fonte: 
Extra Globo

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